segunda-feira, fevereiro 28, 2011

Jeep Ford CJ5 1982, o Blue Devil – Capítulo 3


Chegamos na terceira semana e o Jeep está todo desmontado inclusive o motor e os diferenciais.


A boa notícia (adoro boas notícias!!!) é que a coroa e pinhão dos dois diferencias estavam em perfeito estado. A má notícia (o problema é que normalmente vem logo após as boas notícias!!!) é que no diferencial traseiro a relação é 44/9 e no dianteiro 43/8. Nada que uma troca com o amigo CJ, que estava interessado em uma coroa e pinhão 43/8, não resolvesse. Com isso os dois diferenciais ficarão com a relação de 44/9, como desejado.


O bloco do motor e o cabeçote estão em perfeitas condições (mais uma boa notícia!!!), porém os cilindros deverão ser retificados e os pistões substituídos (como não poderia faltar, a má notícia!!!), com eles os anéis e as bronzinas. Na verdade nada fora do normal para um jovem senhor de quase 30 anos, que teve sua manutenção preventiva negligenciada e, como pode ser notado, uma corretiva de má qualidade.


Conversando com o Ivã, estamos vendo a possibilidade de aumentar um pouco a potência do velho OHC, o que daria um desempenho melhor para o Bleu Devil. Isso não seria nada mal!!!


Não deixem de acompanhar...


Abs,
Mauricinho

quinta-feira, fevereiro 24, 2011

Momento Culinário - Carne Seca Terrible 4x4


Entre os preparativos importantes para as trilhas estão os comes e bebes. Ou rola um churrasco ou cada um leva seus mantimentos: sanduiches, tortas (bendita torta!!!), farofas repletas de pertences, frango assado (esse não pode faltar...), biscoitos, sacos de salgadinhos, frutas, etc. Nunca esquecer de levar muita água, refrigerantes e algumas cervejas, pois ninguém é de ferro. Mas lembre-se, se for dirigir não beba, se beber leve um zequinha que não beba e saiba conduzir sua viatura.
Com isso, há algum tempo atrás, a meu pedido, essa receita foi criada pelo amigo, e cozinheiro nas horas vagas, Sandro, de Campos dos Goitacazes – RJ, para homenagear a galera do Clube e, claro, levar para as trilhas:

Carne Seca Terrible 4x4


INGREDIENTES:
1Kg de carne seca de primeira (lagarto)
Farinha de mandioca
1 cebola grande picada
1 pimentão grande picado
3 tomates grandes maduros picados
Alho socado a gosto
Salsinha bem picada

MODO DE PREPARO
Carne Seca:
Corte a carne seca em cubos, lave, cubra com água e
escalde em uma panela. Descarte essa água.
Aqueça uma panela de pressão, coloque a carne seca,
cubra novamente com água e tampe e leve ao fogo.
Após pressurizar a panela, cozinhe a carne por 10min.
Desligue o fogo, retire a pressão e reserve a água.
Coloque mais água, tampe a panela de pressão e cozinhe
até que fique macia e o ponto do sal esteja a gosto.
Desfie a carne e reserve.
Em uma panela refogue o alho, a cebola e o pimentão e a
carne desfiada.

Pirão de carne seca:
Em uma caçarola, refogue o alho e os tomates.
Mexa até que os tomates se dissolvam, formando um caldo
grosso.
Coloque a água da carne que foi reservada, deixe ferver.
Prove e acerte o sal com água sem sal, se necessário.
Após ferver, abaixe o fogo, despeje a farinha de
mandioca aos pouco e mexendo sempre para não empelotar o
pirão.
Após o pirão ganhar o ponto que vc goste, mexa por uns
2min, para a farinha cozinhar.
Transfira para uma travessa e salpique a salsinha por
cima.
Imaginem esse rango no meio da trilha, naquela hora em que o bicho pega e a fome chega??? Que tal???

Galera,
Quem tiver mais sugestões de receitas é só me passar que eu posto no Blog.

Sandrinho,
Valeu Mingolo!!!

Abs,
Mauricinho

sábado, fevereiro 19, 2011

Jeep Ford CJ5 1982, o Blue Devil – Capítulo 2


Começa a fase da desmontagem, sem dúvida a parte mais fácil (e menos dispendiosa...), que durou cerca de uma semana. Acho que foi o recorde do Abençoado. Para quem ainda não conhece, Abençoado, que na verdade se chama Alessandro, é o fiel escudeiro do Ivã Sato, proprietário da Japauto, oficina que, entre outras coisas, repara, reforma e modifica Jeeps e jipes.


Nessa fase tive algumas revelações satisfatórias (em se tratando de um Jeep isso é muito bom!!!). A carroceria é visível que deve ser substituída, onde não está amassada, está “podre” ou foi muito mal reparada. No chassi, apesar de um pouco oxidado, uma boa limpeza, aplicação de Ferrox e uma base em primer PU podem resolver, o importante é que está sem trincas e com o alinhamento aparentemente perfeito, embora ainda vá ser checado. Para minha maior satisfação, o motor está standard. Isso confirma o que me dissera meu amigo Jorge, o Jeep havia sido utilizado para passeios acompanhando turistas e serviços leves na região da Praia do Forte – BA.


Após algumas análises, bate papos e consultas foram adquirdos os seguintes itens:
• Carroceria completa em vibra de vidro da Fiber 4x4 na cor Azul Bahamas (cor original do Jeep),
• Caixa de marcha Clark (5 marchas) com os flanges de adaptação para motor OHC (4 cilindros) e caixa de redução da Deep Tec 4x4;
• Na Garra 4x4, por enquanto, foram adquiridos:
- Kit ponta de eixo dianteira completo com homocinética de Toyota – Ensimec;
- Kit flutuante traseiro completo – Ensimec;
- Braço High Steer do Munhão – Ensimec;
- Bloqueio do diferencial dianteiro e traseiro 100%, acionados por cabos – Macrotorque;
- Kit suspensão de Toyota com jumelos altos;
- Kit freio a disco dianteiro e traseiro;
- Pino chorão para reduzida;
- Jogo de rodas Rodaza 15” x 8”, off set negativo;
- Tanque de combustível traseiro de 55 litros completo.


Muitos acham que quem tem Jeep não é normal (mas quem é???). No meu caso então não sei como poderia ser classificado pois esse é o meu terceiro!!! Ter Jeep para mim é um prazer inenarrável... Os amigos, as trilhas, os passeios, as resenhas, as fotos, nesse contexto até mesmo os problemas se tormam divertidos e engraçados. Se isso é ser anormal, eu sou e muitos de nós somos.

Continua na próxima semana...

Abs,
Mauricinho

quarta-feira, fevereiro 16, 2011

Frases para Jeeps e Jeepeiros


A paixão pelos Jeeps e pelo estilo “off-road” fez nascer algumas frases que podem, nem sempre de maneira polida mas sem dúvida curiosas e engraçadas, exemplificar o que passa no sentimento
de nós jeepeiros:

Jeep só tem um!

Minha mulher disse: ou eu ou o Jeep! Sinto saudade dela.

Não faça do seu filho um jeepeiro, a vítima pode ser você...

Não é o Jeep que é feio e desconfortável, você que é um chato.

Jeep, se eu for explicar você não vai entender.

Meu outro carro não é um carro, é um Jeep.

Você só vai saber o valor de um Jeep quando tiver um...

Jeep não vaza, demarca território.

Coração de jeepeiro não bate trepida.

Sou velho, lento, bebo muito, mas trepo bem.

Muitos homens querem um Jeep, mas poucos são homens para ter um.

Jeep. A emoção começa na hora de dar a partida!

Tabuada de Jeepeiro: 4x1 = 4; 4x2 = Asfalto; 4x4 = Trilha.

Se eu fosse um Jeep, gostaria que a minha vida fosse um verdadeiro atoleiro.

Compre um Jeep, você nunca mais vai rezar pra que faça sol no final de semana.

Um veículo desconfortável, antiquado, inseguro, de alto consumo e baixo desempenho, porém um JEEP!

Quem tem Jeep não tem pressa.

Jeep. O melhor amigo do homem, das mulheres nem tanto.

Jeep e jeepeiros, sempre atrás no mau caminho.

Quando crescer quero ser uma Cherokee!

Não basta ter o Jeep no peito, é preciso ter peito para andar de Jeep!

Jeep. Paixão a primeira trilha.

E que jogue a primeira pedra o jeepeiro que nunca viveu, pensou ou colocou um adesivo com uma dessas frases em sua viatura.

Abs,
Mauricinho

sábado, fevereiro 12, 2011

Jeep Ford CJ5 1982, o Blue Devil – Capítulo 1


Há mais de um ano atrás, se eu não me engano entre Junho e Julho do ano passado, um amigo me disse que teria que vender um Jeep que pertencia a Fazenda da Praia do Forte - BA e me perguntou se haveria alguém do clube (Terrible 4x4) que esraria interessado. Na mesma hora eu disse que ele estava falando com um interessado. Marcamos uma visita no local e, para minha surpresa (e da minha mulher também) fiquei logo apaixonado... Assim como a Sonia meu amigo Jorge não compreendeu o que eu tinha visto naquela, segundo eles, “coisa”. Só quem é jeepeiro consegue ver em um Jeep todo enferrujado, parado há mais de ano, com documentação atrasada, pneus murchos, todo sujo e estacionado entre uma carrocinha e um trator, potencial de se tornar um valente, quase indestrutível e legítimo 4x4.


Em Outubro de 2010 o negócio foi fechado. Uma pechincha (digo isso porque minha mulher é seguidora desse Blog). De imediato o Glorioso, porém meio cansado, Bólido embarcou para Lauro de Freita – BA para um galpão arranjado pelo amigo Cacá, que se tornou o incansável guardião do “Blue Devil”. Valeu Cacá!!! Você pode se considerar o Padrinho dessa “criança”.


Em Janeiro o Jeep foi levado pelo seu Padrinho para oficina do Ivã Sato (Japauto) onde inicia-se a fase de desmontagem. Enquanto isso, muitas informações e experiências estão sendo trocadas com o pessoal do Clube, com o pessoal da Garra 4x4 e com o Ivã.


Aguardem os próximos capitulos...


Abs,
Mauricinho

sexta-feira, fevereiro 11, 2011

DKW Candango


Esta postagem é devido a mensagem abaixo que meu amigo Gerson de São Paulo me enviou ao receber o link do meu Blog:
“Vai gostar de Jeep assim na .... Vc dorme com o escapamento dele?
Apesar de eu ter sido um dono de um velho jipe Candango, hoje eu quero andar é de sedan confortável. Sinal dos meus sessentinha que estão chegando daqui a dois dias.
Outro dia eu vi uma reportagem dos carros mais feios produzidos no Brasil. Não é que o meu Candango estava na lista. Motor 2 tempos da DKV, uma verdadeira bomba relógio. Ainda por cima o jipe era bicha. Era só marcar encontro com alguma menina e o desgraçado quebrava.”

Isso me fez render essa homenagem ao meu amigo, pelos seus 60 aninhos completados hoje, e ao velho Candango:
“Em 1958, quando na Alemanha o Munga recebia ainda modificações e ia se popularizando gradativamente, o Brasil viu nascer um novo jipe. A Vemag, que já lançara o automóvel e a perua DKW com o pipocante motor 1000 de dois tempos, trazia então esse novo veículo que seria logo batizado de Candango. Sem dúvida um nome tão feio quanto o do seu irmão europeu, mas necessário devido a problemas em relação ao pretendido Jipe, já legalmente registrado pela Willys, apesar da ortografia diferente - Jeep.
Numa alusão aos incansáveis trabalhadores que construíram Brasília - fortes e resistentes - o nome Candango ganhou forças e logo identificava o novo jipinho - como alguns ainda insistiam em chamá-lo , que além do estranho nome era inigualável em aparência e também em barulho.
De início, todos os modelos fabricados possuíam tração integral permanente. Após 1960, veículos com tração 4x2, dianteira, também foram fabricados visando uma performance em terrenos não-acidentados mais adequada. Possuindo o mesmo motor do Munga, o Candango recebeu no Brasil apenas uma modificação de vulto, que foi uma capota de aço e, posteriormente, a introdução de quatro portas. Além disso, no modelo 4x4, a reduzida podia ser engatada com o veículo em movimento.
Infelizmente, o feio-simpático Candango teve vida curta também no Brasil. Visando principalmente o mercado militar, a Vemag resolveu parar a fabricação deste veículo em 1964, após a negativa das Forças Armadas Brasileiras em adquirí-lo. Uma lacuna que ficaria preenchida apenas parcialmente pelo seu primo Willys-Ford, já que, proprietários, ex-proprietários e colecionadores juram solenemente que, os 4.400 Candangos produzidos no Brasil, mesmo aqueles que já morreram, jamais poderão ser substituídos. Nem mesmo pelo mais moderno veículo 4x4 da atualidade. Afinal, quem seria tão feio quanto ele e, ao mesmo tempo, tão bom?”
Essa matéria é da revista 4x4 & Pickup, ano II, nº 11, de 1984, na qual é feito um breve histórico do Candango.

Gersão,
Parabéns pelos sessentinha, muita Saúde, Paz, Prosperidade... Espero que o sedan não quebre com frequência e que sua mulher não saiba disso!!!

Abs,
Mauricinho

quarta-feira, fevereiro 09, 2011

Origem do Nome Jeep


Muitas são as versões, e porque não dizer os mistérios, que cercam a origem da palavra Jeep. Tentei separar algumas para ilustrar o quanto esse marca se tornou um mito ao longo dos anos.

Segue um artigo retirado do site www.willysmb.com.br, o qual entitula-se A origem do nome “Jeep”:
De onde veio o nome Jeep? Existem muitas teorias a este respeito. Muitos acreditam que a pronúncia veio do anacronismo da sigla G.P. (pronuncia-se gee pee), de General Purpose (Uso Geral em português). Esta é a origem mais aceita por ser uma racionalização conveniente.
Outra explicação de acordo com o Major E. P. Hogan em seu artigo na revista Quartermaster Review de setembro/outubro de 1941 é de que o termo Jeep era utilizado pelos mecânicos do exército para designar qualquer novo veículo motorizado recebido para testes.
Interessante também é a alusão que o nome teria sido herdado em referência ao personagem “Eugene, the Jeep” da história em quadrinhos do marinheiro Popeye, de 1936. Eugene, the Jeep, era um pequeno animal com o poder de viajar entre as dimensões e resolver todos os tipos de problemas. As semelhanças entre os poderes de “Eugene” e os caminhões de ¼ de tonelada do exército são bastante notáveis para que o nome fosse casualmente transferido para o veículo.

Há algum tempo atrás fiquei sabendo da existência de uma versão, não confirmada porém curiosa, que afirma que o nome Jeep foi dado pelos ingleses, durante a II Guerra Mundial para designar esse veículo utilitário de guerra, e seria derivado de uma sigla que significaria:
Just
Enough and
Essential
Parts
Ou em português: Apenas Peças Suficientes e Essenciais.

Seja lá qual for a versão ou origem verdadeira, o que realmente importa é que esse nome, além do mito, se tornou uma das marcas mais conhecidas no mundo.

Abs,
Mauricinho

segunda-feira, fevereiro 07, 2011

História do Meu Jeep Willys CJ5 1963


Só quem já teve Jeep e se dedicou a reformá-lo e equipá-lo sabe o quanto custa, e não estou me referindo somente a parte financeira, e sim ao custo no sentido mais amplo: tempo, paciência, pesquisa, etc., etc., etc. e também dinheiro, é claro!!! Mas depois de pronto, se é que algum Jeep pode ser considerado pronto um dia, temos a certeza de que cada etapa valeu a pena.


Minha primeira experiência desse porte foi com o meu segundo Jeep, um Jeep Willys CJ5 1963, adquirido em Guarulhos - São Paulo, em outubro de 2005, e, que os colecionadores de carros antigos me perdoem, em boas condições: pneus, rodas, motor BF-161 de 6 cilindros, filtro de ar a óleo, sistema elétrico com 6 Volts, dínamo, bancos originais e capota Pissoletro fixa.


Após toda documentação regularizada me tornei um feliz proprietário de um Jeep, pela segunda vez. Assim o glorioso bólido foi transportado de Guarulhos diretamente para WMK em Camaçari, oficina que aceitou encarar comigo a empreitada da reforma, isso porque o proprietário é meu amigo pessoal. Reformar Jeep, não sendo oficina especializada, não é qualquer um que topa, aguentar jeepeiro então... só se for do ramo ou muito amigo!!! O Wilson da WMK se enquadra no segundo caso.


Para resumir essa história, do dia em que o Jeep entrou na oficina até o dia em que ele saiu, com toda mecânica original, lá se foi um ano. Segundo o Wilson da WMK esse foi o seu recorde, ele nunca tinha levado tanto tempo na reforma de um carro. Bom para ele...


Depois de uma segunda, terceira, quarta, quinta,... etapas, algumas trilhas, muita lama, muitas dunas, experiências trocadas com a galera dos Terribles e muitas visitas e troca de informações com o Rodrigo e o Fonseca na Garra 4x4, o glorioso bólido evoluiu.


Hoje esse valente Jeep Willys 1963 está basicamente com a seguinte configuração:
- Motor original BF 161 de 06 cilindros com ignição eletrônica;
- Câmbio de 5 marchas (Chevette)
- Freio a disco nas 4 rodas;
- Freio de estacionamento independente nas rodas traseiras;
- Tanque de combustível traseiro de 55 litros;
- Calços de carroceria em poliuretano de 1 ½";
- Sto. Antônio e Gaiola;
- Toldo de verão;
- Suporte de estepe e galão;
- Galão de 20 lts;
- Jogo de rodas Mangels 16";
- Pneus Mud;
- Snorkel.


Para chegar nesse estágio, não posso deixar de lembrar do Naldo eletricista e músico (ou será músico e eletricista???), do Ivã Sato da Japauto e seu fiel escudeiro que atende pela alcunha de Abençoado, que colaboraram para o aperfeiçoamento do meu Jeep e, como não poderia ser diferente, ao longo dessa saga tornaram-se, além de prestadores de serviços pacientes, amigos.

Depois de toda essa trajetória, e lá se vai mais de 5 anos, uma pessoa normal poderia dizer: “Missão cumprida”. Mas como quem tem Jeep não pode ser considerado normal, nada mais normal dentro dessa anormalidade do que começar tudo de novo... Acomapanhem os próximos capítulos nesse Blog.


Abraços,
Mauricinho